Dia dos Mortos, homem jovem com maquiagem de caveira "La Catrina" e chapéu, com a boca aberta em celebração.

Como é comemorado o Dia dos Mortos no México?

O Dia dos Mortos no México não é apenas um dia de saudade — é uma festa vibrante onde memórias e alegria se entrelaçam para celebrar a vida de quem partiu. Essa celebração preenche altares com comida, flores e objetos pessoais, convidando as almas a visitarem o mundo dos vivos. 

Nos cemitérios, velas e música transformam o silêncio em encontro afetivo, enquanto em ruas e praças surgem desfiles multicoloridos de La Catrina, símbolo de que a morte também pode ser celebrada com leveza. 

Como surgiu e por que o Dia dos Mortos é celebrado no México? 

Ele é celebrado como uma forma de honrar a memória dos entes queridos e preservar tradições que atravessam gerações. Assim, sua origem remonta a rituais pré-hispânicos que veneravam a morte como parte natural da existência, muito antes da chegada dos colonizadores. 

Ao longo dos séculos, essa visão se fundiu com costumes católicos, criando uma festividade única e reconhecida mundialmente.

Entre os elementos mais marcantes dessa fusão cultural, estão os símbolos e rituais que refletem tanto o respeito pelos mortos quanto a alegria pela vida. 

Desse modo, famílias de todo o país se reúnem em torno de altares, praças e cemitérios para manter viva a presença daqueles que já se foram, mostrando que a conexão emocional permanece intacta.

Quais são as origens pré-hispânicas da tradição?

Antes da colonização espanhola, povos como astecas, maias e purépechas celebravam a morte como continuação da vida. 

Assim, eles acreditavam que a alma percorria um caminho espiritual até alcançar um descanso eterno, e os vivos podiam ajudá-la com rituais e oferendas.

Esses ritos aconteciam em períodos específicos do calendário agrícola, relacionados à colheita e à fertilidade, reforçando a ligação entre a vida e o ciclo natural. Portanto, o contato com a morte não era temido, mas reverenciado como parte do equilíbrio universal.

Como o sincretismo com o catolicismo moldou a comemoração atual? 

Com a chegada dos colonizadores, o calendário católico e as festividades indígenas se misturaram. Dessa forma, as datas de Finados e de Todos os Santos se sobrepuseram às celebrações tradicionais, transformando o culto aos antepassados em um evento que mescla crenças e ritos.

Hoje, essa fusão é visível na forma como famílias decoram altares com imagens de santos ao lado de fotografias de seus entes queridos, mantendo vivas as duas tradições.

Principais características que mostram essa mistura cultural:

  1. Presença de símbolos indígenas e católicos nos altares;
  2. Uso de orações e cânticos religiosos junto a danças folclóricas;
  3. Valorização da ancestralidade como parte da fé.
Dia dos Mortos, mulheres mexicanas com maquiagem de caveira "La Catrina" e flores na cabeça, em celebração.
Surgiu de rituais indígenas que mesclaram tradições católicas, celebrando os falecidos em 1°-2/11 com altares e oferendas.

O que acontece nos altares e oferendas durante o Dia dos Mortos? 

Os altares, chamados de ofrendas, são o coração da celebração, servindo como ponto de encontro entre vivos e mortos. Assim, cada detalhe possui um significado profundo, desde o posicionamento das velas até o aroma das flores.

Além de ser um gesto de afeto, montar uma ofrenda é uma forma de relembrar histórias e fortalecer laços familiares. Dessa forma, ao redor dos altares, conversas e lembranças fluem, transformando o espaço em um lugar de calor humano e espiritual.

Quais elementos compõem um ofrenda tradicional? 

As ofrendas são cuidadosamente montadas com itens que representam a vida e os gostos da pessoa homenageada. Portanto, fotografias, comidas favoritas, bebidas e objetos pessoais compõem esse cenário simbólico.

Qual o significado das flores de cempasúchil, água e velas? 

As flores de cempasúchil, conhecidas como “flor dos mortos”, criam um caminho visual e aromático para guiar as almas até o altar. 

Além disso, a água simboliza a pureza e sacia a sede da alma na jornada espiritual. Já as velas representam a luz que orienta o retorno dos visitantes ao seu mundo.

Qual o papel das calaveras de açúcar e do pan de muerto? 

As calaveras de açúcar carregam nomes e lembram que a morte é parte da vida, tratada com humor e arte. O pan de muerto, pão adocicado e decorado, simboliza a união familiar e é compartilhado como gesto de comunhão entre vivos e mortos.

Dia dos Mortos, grandes estruturas de caveira e esqueletos em desfile na Plaza de la Constitución, Cidade do México.
Ofrendas unem vivos e mortos com velas e flores simbólicas.

Quais símbolos visuais caracterizam o Dia dos Mortos? 

A imagem mais icônica do Dia dos Mortos é La Catrina, figura esquelética elegante que satiriza a alta sociedade e reforça a ideia de igualdade diante da morte. Assim, sua presença nas ruas e nos desfiles é um lembrete de que todos compartilham o mesmo destino.

Além dela, as calacas (esqueletos) aparecem em artesanatos, fantasias e danças, sempre retratadas de forma alegre e irreverente, transformando a morte em personagem viva da festa.

O que representam La Catrina e as calacas na cultura mexicana? 

La Catrina, criada pelo artista José Guadalupe Posada, tornou-se um símbolo de resistência cultural e crítica social. Então, ela lembra que a riqueza material é irrelevante diante da morte, mas a alegria e a arte permanecem.

As calacas, por sua vez, celebram a vida de forma lúdica, reforçando a ideia de que rir da morte é também aceitar a vida plenamente.

Dia dos Mortos, altar colorido com caveiras e esqueletos.
Flores de cempasúchil guiam as almas, água purifica e velas iluminam o caminho no altar.

Como as comunidades e cidades se envolvem na celebração do Dia dos Mortos? 

A celebração transforma cidades inteiras em palcos de festa e memória. Então, ruas, praças e cemitérios ganham música, dança e barracas com comidas típicas, enquanto famílias abrem suas casas para mostrar altares a visitantes e turistas.

Em algumas regiões, as comemorações duram dias e envolvem competições de altares, apresentações folclóricas e oficinas de artesanato.

Dia dos Mortos, casal de 'Catrinas' com maquiagem de caveira, roupas elegantes e chapéus.
La Catrina e as calacas representam a morte com humor e crítica social, simbolizando a igualdade diante do destino.

Como são as procissões e desfiles de Catrinas em diferentes locais? 

As procissões reúnem centenas de pessoas vestidas como caveiras elegantes, carregando velas e flores em um espetáculo visual impressionante.

Desse modo, em cidades como Aguascalientes e Cidade do México, os desfiles atraem multidões e fotógrafos do mundo todo. Além disso, é uma ótima opção para quem prefere uma viagem solo.

Cidades mexicanas se destacam:

  • Oaxaca: conhecida por suas ruas decoradas e altares comunitários;
  • Pátzcuaro: palco de rituais no lago e nas ilhas vizinhas;
  • Cidade do México: sede de um dos maiores desfiles temáticos do país.

O que mais saber sobre o Dia dos Mortos no México?

Veja outras dúvidas sobre o tema.

1) Em que data ocorre o início do Dia dos Mortos no México?

A celebração se inicia em 31 de outubro para preparar altares e acolher as almas das crianças. Assim, segue em 1 de novembro dedicando oferendas aos pequenos falecidos e culmina em 2 de novembro com homenagens aos adultos — cada dia com rituais distintos que seguem uma cadência emocional e simbólica.

2) O que significa pedir “calaverita” durante essa celebração?

Crianças, frequentemente fantasiadas, percorrem as ruas pedindo doces ou presentes em pequenas caveiras de açúcar. Então, essa é uma tradição festiva que mescla alegria infantil com lembrança dos que se foram, como um gesto de reconhecimento do vínculo entre vida e morte.

3) Como os altares mudam nas casas depois que as celebrações acabam?

Após 2 de novembro, muitas famílias removem os altares, repartem as comidas como sinal de compartilhar memórias, e recolhem as oferendas cansadas pela passagem espiritual.

4) O que acontece nos cemitérios durante o Dia dos Mortos?

Cemitérios ganham vida com famílias reunidas ao redor das tumbas, preparando banquetes com comida, música e luzes. 

5) Existe diferença entre celebrar o Dia dos Mortos nas cidades grandes e nas comunidades indígenas?

Em cidades como a capital, o Dia dos Mortos ganha desfiles, altares públicos e programação cultural. No entanto, em comunidades indígenas, a festividade preserva aspectos mais íntimos e ancestrais, com rituais de passagem e oferendas em ambientes familiares.

Resumo desse artigo sobre Dia dos Mortos 

  1. O Dia dos Mortos no México é uma fusão de tradições indígenas e católicas;
  2. Altares e oferendas são o centro da celebração, com simbolismos profundos;
  3. Símbolos como La Catrina e calacas expressam humor e crítica social;
  4. Comunidades inteiras participam com desfiles, procissões e eventos culturais;
  5. A festa ultrapassou fronteiras e tornou-se fenômeno global.

Publicado por

Fabio Gomes

Formado em Business Marketing pela Ohio University, Gestor de Pessoas pela PUC Minas, Especialista em Desenvolvimento Web pela PUC Minas e Produtor Multimídia pela UniBH. Atua como Consultor de Marketing Digital em empresas privadas de diversos segmentos e portes. Também aproveita o tempo livre fotografando pessoas e paisagens enquanto viaja o mundo e pratica esportes radicais. Fundador da Tricks (Guia Radical) e Digitow e blogueiro no CV do Fábio.

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